Quem
sou eu?
A autoafirmação é o ato de fazer evidente suas vontades. Ela se torna destrutiva
quando se configura como uma enorme carência afetiva de alguns indivíduos que
desejam estar em evidência para ter suas qualidades reforçadas a todo o
momento, encobrindo deveras a falta de amor-próprio. Isso mostra a substituição
instantânea do pensamento pela ação, portanto não se consegue ter domínio sobre
o caráter impulsivo, gerando a incapacidade de raciocinar.
Pessoas assim tornaram-se incapazes de dizer não aos apelos extasiantes
e as falsas expectativas sociais. Além disso, a autoafirmação transforma-se em
uma manifestação neurótica de se destacar diante dos outros, para ser
respeitado, aprovado e enaltecido.
A
necessidade de autoafirmação é inerente ao homem desde a infância. A criança
desde muito cedo aprende a mostrar sua vontade e fazer com que a atendam
através do choro e ela persevera nesse comportamento conforme vai crescendo
aperfeiçoando as técnicas para convencer os outros a cederem a seu favor e
torná-la o centro das atenções. Isso só persiste se, e somente se, os pais e/ou
responsáveis por sua educação não impuserem limites.
De
acordo com estudos sobre as fases do desenvolvimento da criança, é por volta
dos 2 a 3 anos que ela consegue ter consciência de si mesma: a criança pode
referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por
frases simples, como "tenho fome". Essa é uma característica do
desenvolvimento intelectual, ou seja, é o processo de aprendizagem sobre o
mundo ao seu redor, é como a criança adquire e reage ao conhecimento
experimentado. As teorias a respeito dizem que os bebês começam a
aprender através de experiências sensoriais. A partir dos 4 meses, começa a
imitar alguns sons que ouve à sua volta. entre o 6º e o 12º mês de vida
acontece o desenvolvimento da noção de permanência do objeto, ou seja, a noção
de que uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver e a partir dos
10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida.
Em
fim, o tempo passa. Provavelmente, você que está lendo esse texto não é mais
criança, pelo menos não biologicamente. Mas quando experimentamos o poder do
Espírito Santo em nossas vidas e recebemos a Cristo como Filho de Deus e nosso
mediador com Ele, nós precisamos reaprender muitas coisas em espírito. Agora
existe um novo "EU" que não é mais o mesmo eu.
"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não
mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela
fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." Gálatas 2:20
Isso
quer dizer que não devemos mais sermos influenciados pelo que nos tornamos
biologicamente (em linguagem evangélica: carnalmente). Agora precisamos apurar
os sentidos para as experiências sensoriais com o Espírito de Deus, ouvir os
sons da voz do Senhor, reconhece-la e saber que Ele permanece conosco, ter
certeza de que Jesus continua a existir ainda que não consigamos vê-lo e termos
noção de causa-efeito em relação a fazermos a nossa vontade da mesma forma que
fazíamos quando ignorávamos a existência de DEUS.
Voltamos
a ser crianças e é isso que Deus quer, mas não para sermos chorões e
caprichosos e sim para aprendermos os limites dele e passarmos a imitar a
Cristo e não o mundo e aqueles que nele vivem ignorando a
eternidade.
Jesus
disse:
"Eu
lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças,
jamais entrarão no Reino dos céus." Mateus
18:3
Porém
também precisamos continuar crescendo e amadurecendo em espírito e
para tanto é imprescindível ter plena consciência de quem somos.
A
autoafirmação é como um sistema de autovalorização estabelecido dentro de seus
próprios critérios. Algo perigoso para qualquer pessoa sobretudo para cristãos.
Se
trata da necessidade de estar em evidência e ter seus atributos reforçados a
todo momento. Para o coach de alta performance e especialista em transformação
pessoal, Diógenes Gomes, essas pessoas precisam desse reforço externo para
suprir o que lhes falta internamente. “Em alguns casos, cria-se uma dependência
desse estímulo que tende a crescer. É um comportamento danoso, pois a pessoa
acredita que não recebe o quanto ela crê que mereça, ou pior, o quanto ela
precisa”, destaca.
Sendo
assim, alguém que se diz cristão não deve estar voltado para esse
comportamento, ou anula completamente a pessoa de Cristo nele. Se torna
insolente e soberbo que são características bem distintas daqueles que Jesus
elegeu como herdeiros do reino dos céus.
Então
quem sou eu? Em que fase o meu intelecto espiritual se encontra? E qual está
sendo o nível de autoafirmação que tenho usado para estimular-me como
cristão? Será que ainda sou servo ou já estou me sentindo senhor?
Vamos
refletir sobre isso e nos humilhar cada vez mais diante daquele que
verdadeiramente é o nosso Senhor e Salvador!
Deus
abençoe a todos!
Miss.
Débora Morais
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